Comissão de Anistia do Governo fará reparação a japoneses em sessão histórica
Em um esforço tardio, mas significativo, para reconhecer as injustiças cometidas no pós-Segunda Guerra Mundial, a Comissão de Anistia, órgão vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, agendou para o dia 25 de julho uma sessão de reparação coletiva. A cerimônia reconhecerá oficialmente as violações de direitos humanos sofridas por japoneses que foram detidos em Ubatuba, no litoral paulista, a partir de 1946.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o Brasil, alinhado aos Aliados, instaurou locais para abrigar prisioneiros de guerra e civis de nações inimigas, incluindo alemães, italianos e japoneses. Em Ubatuba, uma casa que havia sido usada como dormitório durante a guerra foi convertida em um desse locais. Embora a guerra tenha terminado em 1945, a perseguição aos japoneses continuou, refletindo as tensões geopolíticas da época e uma história obscura na imgiração japonesa no Brasil.
Tratamento desumano – De acordo com a Prefeitura de Ubatuba, entre 1946 e 1947, cerca de 170 japoneses foram detidos na cidade. Testemunhos e documentos históricos revelam que muitos desses indivíduos foram submetidos a torturas, e alguns perderam suas vidas na Ilha Anchieta. Este período foi marcado por um tratamento desumano que visava desestabilizar a comunidade japonesa, que já estava vulnerável após a derrota do Japão na guerra e a subsequente estigmatização.
Comissão da Verdade – O assunto ganhou destaque em 2013, em sessão da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo, que abordou os casos de tortura e morte de imigrantes japoneses no Brasil no período. A reunião teve apoio da Comissão Nacional da Verdade Rubens Paiva, representada por Rosa Cardoso.
Pedido de desculpas – O então presidente da comissão, deputado Adriano Diogo (PT), afirmou que o povo brasileiro deve desculpas à colônia japonesa, pois, por racismo e intolerância, 172 pessoas da comunidade ficaram presas no presídio da Ilha Anchieta. A grande maioria dessas pessoas era inocente, sendo enviadas para lá por razões como a recusa em pisar na bandeira japonesa.
FONTE: NIPPON JÁ