Governo cria Sala de Situação para prevenir incêndios no Pantanal e na Amazônia
O Governo Federal criou nesta sexta-feira (14) uma Sala de Situação para ações de controle e prevenção do desmatamento e enfrentamento de incêndios e queimadas no Pantanal e na Amazônia. A decisão veio após uma reunião com o presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, no Palácio do Planalto. Participaram a ministra Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) e Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), além de representantes da Casa Civil, do Desenvolvimento Agrário, da Gestão e Inovação, da Agricultura e Pecuária e do Ibama.
“O governo todo passa a atuar com antecedência na transversalidade, enxergando as questões que podem ser trabalhadas em termos de contingência e de providência antecipada, para que a gente diminua não o evento, que é impossível a gente interferir nele, mas o estrago que ele faz na vida das pessoas, na sociedade”, explicou Waldez Góes, ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional.
De acordo com Marina Silva, o país vive uma situação de agravamento dos problemas climáticos e a medida se baseia na lógica da gestão de risco, e não apenas do desastre. O intuito é enfrentar a estiagem que atinge os dois biomas de forma preventiva e permanente, já que a estiagem severa, a grande quantidade de matéria orgânica em combustão e a insuficiência das cotas de cheias nos rios da Amazônia e do Pantanal exigem planejamento antecipado.
“Nós estamos vivendo uma situação de agravamento dos problemas em função de uma combinação do El Niño com La Niña, e o fato de o Pantanal estar vivendo já uma estiagem severa e com escassez hídrica. Essa sala de situação não vai tratar apenas da questão dos incêndios, mas da seca”, pontuou a ministra.
Marina explicou que a primeira reunião oficial será na segunda-feira, 17 de junho, para tratar da simplificação de contratação de equipes de brigadista, de equipamentos de aeronaves, bem como a possibilidade de recursos extraordinários para o enfrentamento à crise climática. “Nós geralmente temos a escalada dos incêndios em agosto, mas, neste momento, já estamos numa situação de preocupação”, sublinhou.
“O governo todo passa a atuar com antecedência na transversalidade, enxergando essas questões que podem ser trabalhadas em termos de contingência e de providência antecipada, para que a gente diminua não o evento, que é impossível a gente interferir nele, mas o estrago que ele faz na vida das pessoas, na sociedade, a partir da atuação do Governo Federal com os governos estaduais, municipais e a sociedade civil”, destacou o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes.
Pantanal
O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, alegou que, normalmente, no primeiro semestre, o Pantanal sofre com chuvas. “Pela primeira vez a gente está com o Pantanal seco no primeiro semestre. Os números não estão errados, mas é a mesma coisa de comparar batata com cebola. Estamos comparando alguns focos que já começaram, a gente está com pelo menos 15 focos de incêndio agora no Pantanal, com épocas em que a gente nunca teve fogo no Pantanal. Então essa é a grande questão. A crise está começando, nós já contratamos brigadistas, o Ibama já contratou mais de 2 mil brigadistas para atuar em todo o Brasil. E vamos fazer aquilo que for necessário”, disse.
No caso do Pantanal, a combinação de incêndios provocados pelo homem e incêndios naturais dificultam a ação do Estado porque são áreas de difícil acesso. “Estamos agindo dentro de um cronograma para que tenhamos ação preventiva, por entendermos que o custo de prevenir é sempre menor do que aquele de remediar”, acentuou.
Por Planalto