Sobreviventes do terremoto de Noto sofrem doenças relacionadas ao estilo de vida
O número de pessoas com doenças relacionadas ao estilo de vida aumentou na cidade de Wajima, província de Ishikawa, na região central do Japão, que foi atingida por um forte terremoto no Dia do Ano-Novo.
Segundo o Hospital Municipal de Wajima, as causas são a comida servida nos abrigos, bem como o estresse, combinados com outros fatores.
Funcionários do hospital têm examinado, mensalmente, a porcentagem de pacientes diagnosticados com diabetes, hipertensão e hiperlipemia, após o terremoto na Península de Noto.
Em janeiro, mais de 7% de todos os pacientes foram diagnosticados com pelo menos uma das enfermidades. O número é cerca de três vezes mais a taxa de 2,5%, registrada um ano antes.
O número de pessoas com essas doenças relacionadas ao estilo de vida tem permanecido alto. No dia 13 de junho, foi constatada a taxa de 3,3%, ou seja, mais do que o dobro do valor de 1,6% registrado no ano passado.
Os funcionários do hospital atribuem essa tendência à ansiedade e ao estresse provocados pelo terremoto aos evacuados, às refeições com alto teor de sal e às poucas oportunidades de sair para se exercitar.
Tanaka Satoshi, um homem de 64 anos de idade, que mora com sua esposa em uma moradia temporária em Wajima, tem diabetes e hipertensão há 30 anos. Após sua casa ter sido destruída pelo terremoto, o casal passou a viver em seu carro ou em vários centros de refúgio, antes de se mudar, em março, para o alojamento temporário.
Tanaka disse que tentava se exercitar fazendo caminhadas todos os dias. Mas, nos abrigos, não era possível que ele e sua esposa cozinhassem suas próprias refeições e, como resultado, consumiam comidas prontas, macarrão instantâneo e alimentos com alto teor de sal.
Entre os meses de janeiro e maio, ele engordou 2,5 kg, e os níveis médios de glicose no sangue pioraram. Ele diz que, atualmente, está consumindo menos sal e melhorando sua dieta, ao mesmo tempo em que tenta lidar com a falta de exercícios.
FONTE: NHK PORTUGUÊS
