Apesar do recorde de casos de dengue, América Latina e Caribe mantém baixa mortalidade
A América Latina e o Caribe registraram 9,3 milhões de casos de dengue até agora neste ano. É o dobro do número de casos registrados em todo o ano de 2023.
A mais recente atualização epidemiológica da Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, revela que a taxa de mortalidade permanece abaixo da meta regional de 0,05%.
Foto: Aiea
O mosquito aedes aegypti transmite doenças como chikungunya, dengue e zika.
Medidas de controle
No Brasil, o número de casos relatados até agora neste ano foi de 7.866.769, representando um aumento de 230% em comparação ao mesmo período de 2023.
A taxa de incidência acumulada é de 3.676 infectados por 100 mil habitantes. Dentre esses casos, 5.210 (0,07%) foram caracterizados como graves e foram registrados 3.643 óbitos, resultando em uma taxa de letalidade de 0,046%.
O diretor da Opas, Jarbas Barbosa, avaliou que o baixo número é graças aos esforços dos países e ao apoio da agência de saúde da ONU. Ele destaca a importância de manter a vigilância, fortalecer as medidas de prevenção e controle e garantir atendimento médico oportuno.
Em 2024, até o momento, os países da América Latina e do Caribe registraram mais de 9,5 mil casos de dengue grave e pouco mais de 4,5 mil mortes. Em comparação com o mesmo período em 2023, toda a região registra um aumento nos casos.
Isso pode ser atribuído a vários fatores, incluindo a expansão territorial do mosquito Aedes aegypti, seu principal vetor, que ampliou seu alcance para áreas onde antes não estava presente, possivelmente devido a fatores como o El Niño e as mudanças climáticas.
Além disso, a rápida expansão urbana não planejada e o crescimento populacional, combinados com serviços precários de água e saneamento, criaram condições favoráveis para a proliferação de mosquitos em objetos descartados e recipientes que acumulam água.
Além disso, o contato limitado entre os seres humanos e o vírus da dengue, devido à redução da exposição decorrente das medidas de confinamento e das restrições de viagem implementadas durante a pandemia da Covid-19, pode ter aumentado o número de pessoas suscetíveis.
Vigilância contra o mosquito
A Opas trabalha em estreita colaboração com os países e territórios da região para implementar planos abrangentes de prevenção e controle da dengue.
Esses planos se baseiam na Estratégia de Gestão Integrada para Prevenção e Controle de Arboviroses, adotada pelos Estados-membros desde 2003. As medidas incluem a coordenação intersetorial, o fortalecimento da vigilância epidemiológica, a melhoria do manejo clínico oportuno e o manejo integrado do Aedes aegypti, com foco transversal na comunicação e na participação da comunidade.
Para fortalecer as capacidades do pessoal de saúde no diagnóstico clínico e no manejo de pacientes com dengue, a Opas apoiou o treinamento de mais de 430 mil profissionais e estudantes de medicina e enfermagem na região.
Hemisfério norte
Com a aproximação da estação de pico da circulação da dengue no hemisfério norte, a Opas pede aos países e territórios que redobrem seus esforços para detectar e prevenir casos.
A Opas recomenda que os governos aumentem a conscientização da comunidade sobre a eliminação de locais de reprodução, adotem medidas de proteção pessoal para evitem picadas de mosquito, além de garantir atendimento médico oportuno e adequado aos pacientes.
As populações são incentivadas a procurar atendimento médico imediato a qualquer sinal de alarme e a tomar medidas de proteção pessoal para evitar picadas de mosquito
FONTE:ONU NEWS