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Julgamento de acusado de matar Abe pode ficar para 2025

Esta segunda-feira (8) marca dois anos do assassinato do ex-primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe. O então líder do Partido Liberal Democrático (PLD) foi baleado enquanto fazia um discurso durante uma campanha eleitoral na cidade de Nara, na província de mesmo nome. O acusado do crime, Tetsuya Yamagami, deverá ser julgado provavelmente no ano que vem, noticiou o Sankei.

Yamagami é acusado de homicídio e de violar a Lei de Armas de Fogo e Espadas, por ter usado uma arma caseira no cometimento do crime.

O julgamento deverá ser no Tribunal Distrital de Nara.

A demora na definição da data do início do julgamento se deve às negociações nos bastidores entre a acusação e a defesa, sobre as circunstâncias que levaram Yamagami a cometer o crime e o estatuto jurídico da arma caseira usada no crime.

O acusado tinha rancor da antiga Igreja da Unificação, para a qual sua mãe havia doado uma grande quantia em dinheiro, e após sua prisão ele disse: “Foi o ex-primeiro-ministro Nobusuke Kishi quem convidou a igreja (da Coreia do Sul ).”

Shinzo Abe era neto de Kishi e Yamagami acreditava supostamente que o ex-premiê tinha laços com o grupo religioso.

Norio Tsujimoto, professor de Direito Processual Penal na Faculdade de Direito da Universidade de Kindai, comentou: “Acho que os pontos conflitantes entre o que a defesa irá argumentar, como o estado psicológico (de Yamagami) no momento do crime, e os argumentos da acusação ainda não foram interligados.”

Sobre as questões em disputa, ele afirmou que “as circunstâncias e o contexto que levaram ao crime, bem como os fatores atenuantes e a determinação da pena, provavelmente serão os pontos-chaves.”

Mudanças na polícia

O crime levou a Agência Nacional de Polícia a revisar sua política de proteção a políticos considerados ‘VIP’ e a começar a exigir que os oficiais da província apresentassem seus planos com antecedência para prestar a devida segurança.

Entre agosto de 2022 e junho deste ano a Agência recebeu 6.300 sugestões de mudanças. A agência afirma ter ordenado revisões de 75%, ou cerca de 4.800 delas.

As sugestões incluem o número de policiais para dar segurança aos políticos, suas posições nos eventos, além de tática de evacuação.

No dia em que Abe foi morto, o atirador conseguiu abordar o ex-primeiro-ministro porque a segurança atrás dele era deficiente.

O relatório também afirma que um plano de segurança elaborado pela polícia local para Abe seguiu cegamente as práticas anteriores e ignorou os perigos vindos de sua retaguarda.

A Agência acrescentou que o plano também não previa um número suficiente de oficiais.

Foto: Reprodução
Tetsuya Yamagami

FONTE: ALTERNATIVA ON LINE

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