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Brasileiro viaja pelo Japão de bicicleta em percurso de 3.000 km

O engenheiro mecânico Nestor Freire, de 57 anos, está no Japão para conhecer o país de norte a sul, mas pedalando. Sua vinda faz parte do Projeto Giraventura, através do qual ele já percorreu de bike 26 países para coletar histórias com os habitantes locais.

Nestor, que é paulista, chegou ao Japão em 21 de setembro e no final daquele mês já estava pedalando, com vistas a encerrar sua viagem em 14 de novembro.

Os primeiros quilômetros percorridos foram em Ibaraki, de onde seguiu para Sendai (Miyagi), subindo até Hokkaido. Na província do norte, passou pelo ponto extremo, que é o Cabo Noshappu, e voltou para Honshu, a ilha principal do Japão, pegando o lado do Mar do Japão.

Após chegar em Toyama, Nestor mudou a rota para o centro do país, passando por Shirakawago (Gifu) até chegar a Nagoia (Aichi).

“Ainda tenho que pedalar por Quioto, Osaka, Hyogo, Okayama, Ehime, partindo mais para o sul do Japão, terminando em Okinawa. Deverei chegar a 3.000 quilômetros percorridos. Mas desde minha chegada já rodei mais de 1.000 quilômetros”, contou.

Nestor usa uma bicicleta de cicloturismo, apropriada para este tipo de jornada, e tem contato com uma equipe de apoio, composta pelo amigo Diego Cipriano, de Aichi, que formou um grupo no Whatsapp para dar suporte a ele diante de dificuldades com o idioma japonês ou passando alguma orientação sobre alimentação, entre outros assuntos.

O Projeto Giraventura começou no Brasil em 2012, com Nestor percorrendo os extremos do país, do Oiapoque ao Chuí. “Mas já rodei pela Floresta Amazônica, pela Islândia e outras nações. O projeto vai encerrar em 2027, no Caminho de Santiago de Compostela, mas a partir de Jerusalém (Israel)”, conta.

Nestor disse que seu objetivo com o projeto é filosófico e ao mesmo tempo religioso, coletando principalmente histórias com os habitantes ou com aqueles que encontra pelo caminho.

“Eu sou apaixonado pelo ciclismo e a bicicleta era no início um instrumento de conhecimento. Hoje, com 57 anos de idade, ela passou a ser instrumento de autoconhecimento. Nessas pedaladas questiono os valores em que acreditei, aprimorando-os com os novos conhecimentos que obtenho ao longo do caminho”, explicou.

No fim de cada viagem que faz, como está no Japão, Nestor retorna para o Brasil com livros e outros materiais para vender. Mas também oferece mentorias e palestras para empresas interessadas. E as histórias são muitas.

Ele lembra que em 2020, em pleno início da pandemia de Covid-19, quando muitos não podiam sair de casa, ele chegava nas cidades e era seguido por outros ciclistas, interessados em compartilhar suas histórias e culturas locais.

Autor de dois livros, “Do Oiapoque ao Chuí” e “Extremos do Mundo”, sendo que neste último ele visita os pontos considerados mais extremos da Terra, como Ushuaia, na Argentina, e Nordkapp, na Noruega, Nestor adiantou que sua aventura pelo Japão também se tornará um livro.

“Eu falo inglês, francês, espanhol e não entendo japonês. Mas passando por Shiragawago, vi uma senhora trabalhando num jardim. Eu me aproximei e usei o google tradutor e perguntei se poderia fazer foto dela. Ela deixou e chamou o marido dela. E a partir daí conversamos um pouco”, conta.

Quando estava em Akita, ele parou a bicicleta para tirar uma foto da paisagem, até que um carro parou perto dele. O motorista japonês veio e começou a perguntar coisas em inglês. “Quero com o Projeto Giraventura transmitir os aprendizados que tive nesses contatos com as pessoas dos lugares onde passei, para transmiti-los para o público geral”, finalizou.

Interessados em acompanhar as viagens de Nestor Freire podem obter mais informações no perfil do Instagram (https://www.instagram.com/projetogiraventura/).

Fotos: Diego Cipriano/Cedidas/Alternativa
Nestor Freire durante viagem de bicicleta pelo Japão

FONTE: ALTERNATIVA ON LINE

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