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Governo brasileiro anuncia André Corrêa do Lago como presidente da COP30

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta terça-feira (21) o embaixador André Corrêa do Lago para a presidência da COP30, conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre mudança do clima, que será realizada em novembro deste ano em Belém do Pará.  

Corrêa do Lago é bacharel em economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, atuou em embaixadas do Brasil em diversos países e foi o negociador-chefe do país para mudança do clima (2011-2013), inclusive durante a Rio+20 (2011-2012). Em março de 2023, assumiu como secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores.  

A COP30 será um momento crucial para garantir compromissos ambiciosos e medidas concretas para limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, conforme estabelecido no Acordo de Paris.  

Em 2024, o mundo já alcançou esse limite, o que permitiu que governos e empresas experimentassem as consequências desse nível de elevação da temperatura do planeta. Apenas os 10 principais eventos climáticos extremos do ano passado deixaram um prejuízo de US$ 229 milhões e mais de dois mil mortos. No Brasil, o impacto das chuvas extremas afetou o Rio Grande do Sul, enquanto a seca e os incêndios atingiram a Amazônia em 2024. 

Para enfrentar a emergência climática com a celeridade e a ambição necessárias. o presidente da COP30 precisará garantir que a conferência seja um espaço de diálogo e de construção coletiva, superando divergências entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, e valorizando as vozes de povos indígenas, populações periféricas, comunidades quilombolas e tradicionais nos processos de tomada de decisão.  

O WWF-Brasil espera que a COP30 garanta ações de mitigação que respondam à urgência da crise climática. Para isso, os países signatários do Acordo de Paris devem apresentar NDCs (sigla em inglês para Contribuições Nacionalmente Determinadas) ambiciosas e em linha com a promoção de uma transição energética justa, focada em fontes renováveis e no abandono do uso de combustíveis fósseis. 

A COP30 deve ainda dar atenção especial às medidas de adaptação, com a conclusão das negociações sobre a Meta Global de Adaptação, discussões sobre soluções baseadas na natureza e recursos para o fundo específico que atendam às necessidades das populações vulneráveis e mais afetadas pelos efeitos das mudanças climáticas.  

Além disso, uma presidência forte da COP30 precisa trabalhar para garantir recursos para o financiamento climático, considerando os desafios de adaptação e de perdas e danos enfrentados por países ilha e os menos desenvolvidos. Entre outros desafios, a COP30 precisará também equacionar a Rota Baku-Belém para o financiamento climático. 

Por fim, o WWF-Brasil espera que o Brasil lidere pelo exemplo, eliminando o desmatamento e o uso de combustíveis fósseis, e que a COP30 deixe um legado duradouro para a Amazônia, para as pessoas e para o país, com impactos positivos em políticas públicas, fortalecimento de governanças locais e promoção de um modelo de desenvolvimento sustentável e de baixo carbono.

André Corrêa do Lago será o presidente da COP30, realizada em Belém em novembro de 2025

FONTE: WWF BRASIL

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