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Administração paralela de grupos armados na RD Congo preocupa Nações Unidas

Representante especial no país disse que áreas controladas evidenciam conexão com exploração ilegal de recursos naturais; conflito ameaça se expandir para novas províncias; papel de mediação desempenhado por Angola foi importante. 

O Conselho de Segurança debateu, nesta quinta-feira, a expansão territorial dos grupos armados Aliança do Rio Congo e M23, no leste da República Democrática do Congo.

Entre janeiro e fevereiro, o órgão da ONU já realizou quatro sessões de emergência sobre o agravamento da situação no país africano. O Conselho de Segurança adotou a resolução 2773 condenando as ofensivas militares, exigindo o fim da violência e a retirada das forças rebeldes.

Conflito e a exploração ilegal de minérios

A representante especial da ONU na RD Congo, Bintou Keita, ressaltou que ambos os grupos armados são apoiados pelas Forças Armadas de Ruanda e atualmente controlam grandes partes das províncias de Kivu do Norte e Kivu do Sul.

De acordo com ela, o conflito ameaça se expandir para as províncias de Tshopo e Maniema.

Os rebeldes continuam instalando uma administração paralela. Já têm um governador, dois vice-governadores e um prefeito em Bukavu, no Kivu do Sul.

Keita afirmou que no Kivu do Norte, eles nomearam administradores financeiros e um chefe de mineração, “reforçando a ligação entre conflitos armados e a exploração ilegal de recursos naturais do país”.

A representante especial da ONU na RD Congo, Bintou Keita

ONU/Manuel Elias

A representante especial da ONU na RD Congo, Bintou Keita

Agradecimento ao papel de Angola

A representante da ONU disse que o cessar-fogo imediato e incondicional exigido pela Comunidade da África Oriental, pela Comunidade de Desenvolvimento da África do Sul, pela União Africana, e pela Resolução 2773 do Conselho de Segurança ainda não se materializou.

Ela pediu que todas as partes honrem o compromisso assumido de depor as armas e buscar uma solução pacífica.

Bintou Keita agradeceu ao presidente angolano e líder da União Africana, João Lourenço, por “incansáveis ​​esforços de mediação visando restaurar o diálogo entre a República Democrática do Congo e Ruanda”.

Na segunda-feira, o governo de Angola anunciou a saída de Lourenço da posição de moderador do conflito, para “se dedicar de forma mais ampla às prioridades gerais definidas pela organização continental”.

Tropas da Monusco de prontidão

A representante da ONU encorajou a rápida nomeação de um mediador da União Africana para coordenar e unificar as iniciativas de mediação, construindo sobre as fundações dos processos de Luanda e Nairóbi.

Bintou Keita, que também chefia a Missão de Manutenção da Paz das Nações Unidas na RDC, Monusco, disse que as tropas “continuam comprometidas em apoiar as iniciativas regionais de paz em andamento”.

Segundo ela, a missão também está “pronta para usar suas capacidades para implementar um possível cessar-fogo”, acrescentou.

FONTE:ONU NEWS

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