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Arrigo Barnabé chega aos 70 anos sem sentir os efeitos do tempo na obra eternamente experimental

♪ ANÁLISE – Nascido em 14 de setembro de 1951, Arrigo Barnabé chega hoje aos 70 anos ainda e para sempre associado à Vanguarda Paulista, o movimento musical que encabeçou no alvorecer da década de 1980 ao lado de nomes como Itamar Assumpção (1949 – 2003).

Arrigo nunca ficou parado naquele tempo, diga-se, mas nada do que fez depois – e o artista fez muito ao longo desses 40 anos, incluindo shows dedicados aos cancioneiros dos compositores Lupicínio Rodrigues (1914 – 1974) e Roberto Carlos – conseguiu fazer sombra ao primeiro álbum do artista, Clara Crocodilo (1980).

Pontapé inicial da lira paulistana, ao lado do álbum de estreia de Itamar, o álbum Clara Crocodilo foi o resultado de cinco anos de estudo na Escola de Comunicações e Artes (ECA), frequentada por Arrigo de 1974 a 1979, na Universidade de São Paulo (USP).

Sim, por mais que tenha vindo ao mundo em Londrina (PR), cidade natal que o compositor celebrou na valsa intitulada Londrina e defendida por Tetê Espíndola em festival de 1981, o artista paranaense é cidadão musical de São Paulo (SP).

Foi em Sampa que Arrigo moldou som pautado pela escola da música atonal e pelo serialismo dodecafônico em narrativa teatralizada que incorporava elementos do rock, do canto falado e da estética dos quadrinhos.

Essa foi a base vanguardista do álbum Clara Crododilo (1980), pedra fundamental de estética que gerou um segundo álbum também interessante, Tubarões voadores (1984), mas naturalmente menos impactante.

Revelado em festival de 1979, Arrigo Barnabé sempre transitou pelas margens do mercado de música pop. Mesmo quando mirou (de longe) o pop radiofônico no álbum Suspeito (1987), o artista sempre soou surpreendente, fora da ordem.

Com trilhas de filmes na discografia, Arrigo está há anos sem lançar um álbum de estúdio. Mas continua nos palcos, tendo chamado atenção ao reabrir Caixa de ódio em 2014, ano do centenário de Lupicínio Rodrigues, dando sequência ao show dedicado ao cancioneiro amargurado do compositor gaúcho.

Seja cantando outros compositores ou as próprias músicas, Arrigo Barnabé é o tipo de artista que nunca faz o que se espera que ele faça. Por buscar sempre o novo, o inventor de Clara Crocodilo chega aos 70 anos sem sentir os efeitos do tempo na obra eternamente experimental.

FONTE:G1 ( POR MAURO FERREIRA)

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