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Repórter ganha ação contra agressão sexual em Nagasaki

A cidade de Nagasaki, na província homônima, foi condenada por um tribunal na segunda-feira (30) a pagar 19,75 milhões de ienes em compensação a uma jornalista que foi agredida sexualmente por um alto funcionário em 2007, e sofreu danos adicionais como resultado de mentiras espalhadas por outro funcionário, publicou a Kyodo News.

A defesa da jornalista exigiu que o governo de Nagasaki pagasse 74 milhões de ienes no processo aberto no Tribunal Distrital de Nagasaki em 2019, alegando que o agressor, agora falecido, usou indevidamente sua posição e exerceu autoridade para abusar da repórter. A cidade também não conseguiu evitar os danos adicionais.

O agressor era chefe do departamento de sobreviventes da bomba atômica na cidade em julho de 2007. Na ocasião, ele deu uma entrevista sobre o aniversário de 9 de agosto do bombardeio atômico em Nagasaki durante a Segunda Guerra Mundial, segundo a sentença.

O juiz Hiroyoshi Amakawa disse que o chefe do departamento “mostrou disposição para ser entrevistado, pediu que ela se encontrasse e cometeu violência sexual. O incidente foi, portanto, relacionado à sua posição como oficial”.

Outro funcionário da prefeitura teria espalhado falsos rumores sobre ela, depois que o agressor morreu em aparente suicídio em novembro de 2007. Sobre isso, o juiz considerou que houve desinformação e que a cidade tinha responsabilidade de evitar que acontecesse o que ele chamou de “vitimização secundária”.

Como resultado, a mulher foi criticada nas mídias sociais, com internautas desinformados questionando quem era a verdadeira vítima no processo.
A jornalista foi diagnosticada mais tarde com transtorno de estresse pós-traumático e precisou ser hospitalizada e forçada a tirar licença do trabalho.

A repórter pediu que seu nome não fosse divulgado e que os nomes dos dois funcionários da prefeitura de Nagasaki fossem retidos para proteger sua privacidade.

O prefeito de Nagasaki, Tomihisa Taue, disse que a decisão não levou em consideração algumas das reivindicações da cidade e que considerará sua resposta depois de analisar atentamente o julgamento.

A compensação determinada na sentença inclui 5 milhões de ienes por angústia mental e mais de 10 milhões de ienes por ganhos perdidos devido à licença.

O tribunal negou pedido dos advogados da jornalista para que a cidade publicasse um pedido de desculpas no folheto de relações públicas local.
“Espero que isso seja uma luz de esperança” para as mulheres trabalhadoras, disse a repórter em entrevista coletiva após a decisão.

“Está claramente provado que a responsabilidade pela violência está do lado daqueles que exercem essa violência”, acrescentou.

FONTE:ALTERNATIVA ON LINE

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