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Prédio do KKKK faz 100 anos e Sesc Registro celebra com programação especial

Considerado o cartão-postal mais famoso da cidade de Registro (SP), o prédio do KKKK (Kaigai Kogyo Kabushiki Kaisha) – como é conhecido o conjunto arquitetônico tombado como patrimônio histórico símbolo da colonização japonesa no Vale do Ribeira – está completando 100 anos em 2022. E para comemorar, o Sesc Registro – instituição que ocupa o local desde 2016 – preparou uma programação especial que se estenderá pelos próximos meses, com atividades distribuídas em mesas de debates, oficinas, vivências, espetáculos, lançamentos de materiais alusivos ao centenário, além de visitas guiadas e tours virtuais pelo prédio, entre outras ações.

O objetivo da celebração é aproximar ainda mais a população do Vale do Ribeira desse espaço histórico, que guarda acontecimentos do passado e está de portas abertas para criar e abrigar novas memórias. “São muitas histórias que permeiam os 100 anos do KKKK: das marcas da colonização e da trajetória da comunidade japonesa no Vale do Ribeira, passando pelas relações de diversas outras comunidades tradicionais do território com o prédio, com o rio Ribeira de Iguape e todo seu entorno, até chegar às histórias que estão sendo construídas agora e as que ainda serão contadas, são muitas lembranças e afetos presentes neste centenário”, afirma a gerente do Sesc Registro, Débora Rodrigues Teixeira.

Sobre o KKKK – Implantado em 1922 à margem do rio Ribeira de Iguape e próximo ao porto fluvial da então “freguesia” de Registro, o conjunto arquitetônico KKKK funcionou como sede da Companhia Ultramarina de Desenvolvimento, nome em português da Kaigai Kogyo Kabushiki Kaisha (KKKK), empresa criada no Japão para apoiar os imigrantes japoneses que chegavam ao Vale do Ribeira no início do século 20.

Além dos serviços administrativos, o complexo KKKK – formado por quatro galpões de armazenamento e um edifício com engenho de beneficiamento de arroz e equipamento de calderaria – deu suporte aos processos produtivos e à comercialização da produção agrícola dos imigrantes. O espaço testemunhou uma etapa importante da colonização japonesa e funcionou até o final dos anos 1930, quando teve suas atividades suspensas por conta do início da guerra. Tempos depois, o engenho voltou a funcionar sob nova administração e nos galpões eram realizadas atividades sociais e culturais.

Por seu valor histórico e cultural, o conjunto foi tombado em 1987 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat), e em 2010 pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN). Desapropriado pela Prefeitura de Registro em 1990, o prédio foi restaurado no início dos anos 2000 com projeto do Brasil Arquitetura, escritório dos arquitetos Marcelo Ferraz e Francisco Fanucci. Após o restauro, o complexo abrigou um centro estadual de formação de professores, instituições educacionais e o Memorial da Imigração Japonesa do Vale do Ribeira.

Sesc – Desde 2016 o Sesc Registro ocupa o conjunto KKKK, fortalecendo o local como um centro cultural e espaço educador que oferece uma série de atividades artístico-culturais, esportivas, educacionais e de lazer para todos os públicos do Vale do Ribeira.

Mais informações: www.sescsp.org.b/unidades/registro

FONTE: NIPPON JÁ

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