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Violência contra os povos indígenas se alastra às vésperas das eleições – e precisa ser interrompida

A violência contra os povos indígenas precisa acabar. No último final de semana, três indígenas foram mortos no Maranhão e na Bahia. O WWF-Brasil manifesta o seu repúdio às violências que resultaram nas mortes de indígenas em diferentes territórios e alerta as autoridades que esses casos requerem rigorosa apuração com devidos julgamentos e punições aos culpados. É inadmissível que os povos indígenas continuem a sofrer perseguições que, além de tirar deles o direito aos seus territórios sagrados, também estão tirando suas vidas.

Os crimes, ainda sob investigação, podem ter relação com a atuação das vítimas em defesa da natureza e dos seus territórios. Assassinado em Amarante do Maranhão, a 670km da capital, São Luis, Janildo Oliveira Guajajara fez parte do grupo Guardiões da Floresta, que protege a Terra Indígena Arariboia. Segundo informações da CPT (Comissão Pastoral da Terra), Janildo foi atingido por tiros nas costas, o que pode significar uma execução.

A 158 km dali, em Arame, Jael Carlos Miranda Guajajara morreu após ser atropelado. Informações da Revista Carta Capital apontam que os primeiros indícios da perícia descartam o atropelamento como causa da morte. A Polícia Civil ainda investiga se os casos têm relação com os conflitos envolvendo madeireiros na Terra Indígena Arariboia. 

Na madrugada de domingo (4), um grupo de pistoleiros fortemente armados atacou o povo Pataxó numa área de retomada no Território Indígena Comexatibá, município de Prado, a 791 km de Salvador. O ataque vitimou um adolescente de 14 anos, que morreu imediatamente com um tiro na cabeça. O garoto foi identificado como Gustavo Silva da Conceição. Outro indígena, de 16 anos também foi atingido e, em seguida, internado em um hospital da região.

Desde maio, já foram mortos 6 indígenas, entre eles três jovens do povo Guarani Kaiowá, do Mato Grosso do Sul, após uma tentativa de retorno ao território ancestral Guapo’y, segundo dados da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil). De acordo com a CPT, “até este 5 de setembro, Dia da Amazônia, o Centro de Documentação Dom Tomás Balduino (Cedoc-CPT) contabilizou 29 mortes decorrentes de conflitos no campo, dos quais 21 deles ocorreram na Amazônia, representando mais de 70% dos assassinatos em todo o campo brasileiro”. 

Essa violência precisa acabar. O governo federal deve ser responsabilizado por sua omissão na defesa dos direitos dos povos indígenas e por favorecer um clima de hostilidade no campo. É preciso reverter essa política de desmonte e de impunidade criada nos últimos quatro anos. É dever do Poder Público promover um ambiente de segurança para os povos indígenas, garantindo que seus direitos sejam respeitados – o primeiro deles é o direito à vida.

FONTE : WWF BRASIL

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