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Do Monte Sinai ao Cairo: 435 quilômetros de viagem por terra numa imersão ao Egito

Chegamos ao Cairo, capital do Egito e berço das civilizações, pouco depois das 17 horas. Aqui escurece mais cedo, como havíamos notado dois dias atrás, quando deixamos Israel pelo caminho de Eilat e adentramos à terra das pirâmides. A viagem margeou dois mares: o peculiar Mar Morto – sem vida, com sua lama medicinal e entupido de sal – e o idílico Mar Vermelho – que por ser tão maravilhoso, deslumbrante, mágico e profundamente lindo, nos leva para bem longe da nossa realidade, e, sim, merece ser reconhecido e chamado de idílico.
Sharm el-Sheikh, por esses dias, se tornou uma ‘Babel’ e está no foco do mundo. A primeira cidade egípcia que hospedou a imersão do Grupo Hadassa a sete nações está recebendo os líderes mundiais, a exemplo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e do primeiro-ministro de Portugal, Antônio Costa, para definição de uma agenda sustentável com soluções ecológicas para o mundo. Um jornal em inglês disponível para os hóspedes do resort que acomodou os integrantes da imersão Hadassa detalhou todos os pontos da COP 27. Sharm el-Sheikh inspira a esperança para salvar o mundo. Essa mesma esperança inspirou, milênios atrás, um líder hebreu. Moisés esteve no Monte Sinai, que fica numa região chamada de Santa Catarina, e de lá reuniu as forças necessárias para liderar sua gente, que havia sido retirada do jugo tirano do faraó. Aliás, Egito é a terra dos grandes faraós e dos grandes líderes, mesmo antes da COP 27. José do Egito, por exemplo. Dormiu numa cela de um calabouço sombrio, acusado de um crime que jamais cometera, mas acordou conselheiro do faraó, numa espécie de primeiro-ministro. Sua sapiência, inclusive sua sabedoria onírica – a inteligência para interpretar sonhos – evitou a destruição do povo egípcio. E, assim, nos sete anos de fartura – vindos na primeira leva do sonho profético do faraó de então – houve prudência para superar os sete anos seguintes de seca. 

O Monte Sinai

Nas primeiras horas da manhã desta segunda-feira, dia 7 de novembro, os integrantes da imersão deixaram Sharm el-Sheikh com destino a região de Santa Catarina, na base do Monte Sinai. Estava escuro quando foi possível identificar alguns exemplares da sarça, arbusto de estatura média que, conforme consta na passagem Bíblica no livro de ‘Êxodo’ o Deus de Abraão, de Isaque e Jacó lhe surgiu o próprio Moisés. Mas não fora no Monte Sinai, esse primeiro contato. Fora no Monte Horebe, quando ele pastoreava o rebanho de seu sogro,Jetro. A chegada de Israel – o povo hebreu que era escravizado no Egito pelos faraós – no Sinai está no capítulo 19 de ‘Êxodos’: ‘No dia em que se completaram três meses que os israelitas haviam saído do Egito, chegaram ao deserto do Sinai…’. No Sinai, Deus entregou para  Moisés os dez mandamentos para uma vida plena e repleta de êxito, justiça e alegria. Entre eles: não matar e honrar teu pai e tua mãe, a fim de que seus dias sejam mais longos. 

A subida ao Sinai

A subida ao Sinai é um exercício físico e de fé, como na vida. Requer coragem, disposição e muita entrega. Engana quem acha que alugar um camelo a 20 dólares faz o percurso ser mais fácil e ameno. Pelo contrário, é também cansativo e desgastante. Os beduínos são os guias na caminhada e existem cafés ao longo do percurso – pequenas construções rústicas onde é possível tomar café e se alimentar, inclusive com macarrão instantâneo. Passava das 3h30 da manhã quando os peregrinos da imersão iniciaram a marcha rumo ao Sinai. Alguns foram de camelos, outros a pé. Antes do sol surgir – o mesmo sol que iluminou Moisés nas suas caminhadas ao Siani – alguns quilômetros haviam sido vencidos e os raios solares cobriram todos. A paisagem que pôde ser vista também era fora de qualquer realidade. Do Sinai a imersão Hadassa rumou para o Cairo, numa trajetória terrestre de 435 quilômetros. “O Monte Sinai é o solo mais sagrado do Egito e base de todas as leis que regem o mundo”, sintetizou o Jean Patrick Garcia, o Garcia do Povo, CEO do Grupo Hadassa. Os próximos dias da imersão serão no Egito, que certamente, reservará aprendizagens e conhecimentos a todos. Antes da chegada ao Cairo, cruzamos o Canal do Suez numa passagem rodoviária subterrânea que pode ser chamada de uma das maravilhas proporcionadas pela engenharia moderna. Aliás, de engenharia e maravilhas os egípcios entendem, afinal de contas as pirâmides construídas séculos atrás ainda se mantêm firmes por aqui.

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