Morte de cerca de 8 mil civis na Ucrânia é “ponta do iceberg”, diz ONU
As Nações Unidas revelaram esta terça-feira que 8.006 civis morreram na Ucrânia desde a invasão da Rússia ao país há quase um ano.
Uma atualização do Escritório de Direitos Humanos, lançada nesta terça-feira, ressalta que este número é a “ponta do iceberg”, nas palavras do alto comissário, Volker Turk.
Falta de eletricidade e água
Os Dados Anuais sobre Civis foram apresentados a jornalistas pela porta-voz do escritório, em Genebra.
Elisabeth Troussel disse que cerca de 13.287 pessoas ficaram feridas nos últimos 12 meses, além das inúmeras vidas anteriormente perdidas no conflito no leste da Ucrânia.
© UNICEF/Diego Ibarra Sánchez
Para o chefe de direitos humanos, o custo do conflito sobre os civis é intolerável. Quase 18 milhões de pessoas precisam de ajuda urgente. Outros cerca de 14 milhões de foram deslocados. Durante o frio severo do inverno, as pessoas ficaram sem água e eletricidade. Ao todo,16 milhões de pessoas receberam auxílio na Ucrânia.
O cenário é de sofrimento, perda e destruição, mas o senso de solidariedade e resiliência dos ucranianos tem feito a diferença.
Mortes por explosivos
Cerca de 61% das vítimas civis do conflito são homens e 39,9% as mulheres. Pelo menos 487 crianças morreram e 954 ficaram feridas, segundo a Missão de Monitoramento do Escritório de Direitos Humanos da ONU na Ucrânia.
Desde o início da invasão da Rússia, cerca de 90% das vítimas perderam a vida devido a explosivos.
Já a chefe da Missão de Direitos Humanos das Nações Unidas na Ucrânia, Matilda Bogner, acredita que milhares de óbitos ainda não foram contados. Muitos foram na cidade de Mariupol, no sul.
Ohchr
O total atualizado pelas Nações Unidas inclui 2 mil civis mortos em Mariupol. A cidade ucraniana abrigava cerca de 450 mil pessoas antes do isolamento e dos danos em três meses sob controle de forças russas.
Mariupol
Matilda Bogner disse haver informações, ainda não confirmadas, que o número pode ser de vários milhares acima dos que já foram documentados, sendo em grande número de Mariupol.
Os idosos são a maioria dos que permanecem em áreas afetadas por conflitos. Muitas vezes, eles se recusam ou não conseguem deixar os locais perigosos.
O chefe de Direitos Humanos das Nações Unidas ressaltou que continuam ocorrendo abusos das leis internacionais, tornando-se cada vez mais difícil encontrar um caminho em direção à paz em meio ao crescente sofrimento e destruição.
© Acnur/Chris Melzer
FONTE: ONU NEWS