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Acnur alerta para iminente “catástrofe total” se não houver apoio para sudaneses

A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, pretende realizar uma grande operação de apoio aos sudaneses que fugiram para países da região. A iniciativa foi anunciada dias após o início de novos confrontos entre militares e paramilitares no Sudão.

Nesta quarta-feira, a agência pediu a contribuição urgente da comunidade internacional para auxiliar os que deixaram o país africano. São dezenas de milhares de recém-chegados a locais que já estavam precisando de dinheiro para acolher outros refugiados.

“Catástrofe total”

Além dos sudaneses que tentam escapar do conflito, o valor deve auxiliar países e comunidades anfitriãs. A agência adverte que “uma catástrofe total” ainda pode ser evitada.

Edifício residencial em Cartum danificado após ser atingido por um míssil

As necessidades humanitárias já eram enormes antes do aumento da violência no Sudão, que contava com 3,7 milhões de deslocados internos. Os números aumentam rapidamente, embora ainda não haja estatísticas disponíveis.

Pelo menos 20 mil sudaneses fugiram para o Chade, um país que com poucos recursos que abrigava 600 mil pessoas nessas condições.

Os recém-chegados são de Darfur, uma das regiões sudanesas mais afetadas pela violência. Com a onda de instabilidade, o receio é que aumentem os deslocamentos nas próximas semanas.

Garantir proteção internacional

Grande parte dos sudaneses atravessou para o Egito, segundo o Acnur. O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, informou que pelo menos nove crianças foram mortas e outras 55 ficaram feridas como resultado dos combates. Espera-se que o número seja muito maior.

A desnutrição agravou após afetar 1,7 mil crianças. Entre elas, acima de 50 mil estavam em situação aguda grave, precisando de vigilância e tratamento permanente diante do perigo colocado pela falta de acesso a serviços.

Trégua humanitária e garantias de segurança

A agência solicitou uma trégua humanitária e garantias de segurança para os funcionários no terreno que “ajudariam a responder as necessidades existentes e novas”.

Desnutrição agravou após afetar 1,7 mil crianças.

Estima-se que antes da onda de violência, o Sudão tivesse 15,8 milhões de pessoas precisando de ajuda. O total corresponde a cerca de um terço da população.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, disse haver 459 mortos confirmados na sequência dos combates. Mais de 4 mil ficaram feridos até 24 de abril e os números reais podem ser maiores.

Unidades de saúde sem funcionar em Cartum

A agência informou ainda que pelo menos um quarto de todas as unidades de saúde em Cartum não está funcionando. A maior cidade sudanesa é onde acontece grande parte dos combates.

Em sessão do Conselho de Segurança sobre o Sudão, na terça-feira, o secretário-geral disse que uma guerra prolongada e em grande escala seria intolerável. António Guterres alertou que “a luta pelo poder não está apenas colocando em risco o futuro daquele país”, mas tem potencial de deflagrar em toda as fronteiras.

O representante especial no país, Volker Perthes, continua em contato com os generais Abdul Al-Burhan e Mohamed Hamdan Dagalo, ou Hemedti,  “convidando-os a parar os combates e a permitir pausas humanitárias.”

FONTE: ONU NEWS

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