Guerra entre Rússia e Ucrânia “agrava as tensões geopolíticas”, diz chefe da ONU
O Conselho de Segurança realizou esta quarta-feira uma sessão especial intitulada Defendendo os Objetivos e Princípios da Carta da ONU através do Multilateralismo: Manutenção da Paz e da Segurança na Ucrânia.
O secretário-geral, António Guterres, disse que a invasão da Rússia à Ucrânia é condenada pela ONU. Para ele, o conflito “agrava as tensões e divisões geopolíticas, ameaçando a estabilidade regional, aumentando a ameaça nuclear e criando fissuras profundas num mundo cada vez mais multipolar”.
ONU/Manuel Elias
O presidente Volodymyr Zelensky, que discursou no encontro, considerou a invasão russa como “agressão criminosa e não provocada” contra sua nação
Território e recursos
O presidente Volodymyr Zelensky, que discursou no encontro, considerou a invasão russa como “agressão criminosa e não provocada” contra sua nação, com o objetivo de “tomar o território e os recursos da Ucrânia”.
Para o líder ucraniano, Moscou deveria perder o poder de veto sobre o órgão das Nações Unidas. A Rússia é um membro permanente do Conselho e pode impedir a adoção de qualquer decisão.
Verdade sobre a guerra
Zelensky disse que a maior parte do mundo reconhece a verdade sobre a guerra.
Em discurso, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov defendeu que Estados-membros ocidentais do Conselho de Segurança teriam dado permissão à Ucrânia para violar a Carta da ONU.
O chefe da diplomacia russa disse que o uso do poder de veto pelo seu país é “uma ferramenta absolutamente legítima estabelecida na Carta e alegou interferência flagrante e aberta nos assuntos internos da Ucrânia.
No início da sessão especial, o embaixador da Rússia junto à ONU, Vasily Nebenzya, protestou contra a participação de Zelensky no evento por motivos de procedimento ao primeiro-ministro albanês Edi Rama, que presidiu o Conselho.
ONU/Evan Schneider
Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov
Ataques a civis
Ainda em sua intervenção no Conselho, o líder das Nações Unidas pediu o fim imediato de ataques a civis e às infraestruturas.
A organização estima que quase metade da população da Ucrânia, ou cerca de 18 milhões de pessoas, carece de auxílio e proteção humanitária. Mais de 6 milhões de cidadãos fugiram do país.
Guterres enfatizou a atuação das Nações Unidas de forma coletiva para mitigar o impacto sobre as pessoas, tanto na Ucrânia como em todo o mundo, além de apoiar os civis.
No terreno, a ONU intensificou as iniciativas humanitárias para distribuir ajuda aos mais de 8 milhões de pessoas este ano. A parceria envolve mais de 450 organizações, metade delas ucranianas.
FONTE:ONU NEWS