Livro ‘Aquarela brasileira’ expõe tons da MPB nos anos 1970 ao reproduzir 29 entrevistas de ícones do gênero
♪ Parceiros desde 1968, Antonio Carlos Jobim (1927 – 1994) e Chico Buarque deram somente uma entrevista juntos. A única foi concedida em 1986 ao jornalista gaúcho Juarez Fonseca em boate de hotel da cidade de Canela (RS), estando reproduzida como bônus ao fim do livro Aquarela brasileira –Entrevistas – Volume I – Anos 1970 (Diadorim Editora, 2021).
A entrevista com Tom e Chico figura como apêndice do livro por ter sido feita em 1986, já que, em Aquarela brasileira, Juarez Fonseca expõe as cores da MPB dos anos 1970 através da reprodução de 29 entrevistas com grandes nomes do gênero.
Referência no jornalismo musical feito no sul do Brasil, em especial na cidade de Porto Alegre (RS), onde atualmente é colunista de música do jornal Zero Hora, Fonseca alinha entrevistas feitas no período de 1972 a 1979.
Em 1972, por exemplo, Fonseca conversou com Gilberto Gil em encontro no apartamento do jornalista para entrevista que abre o livro. Em 1979, o jornalista entrevistou tanto a cantora Elis Regina (1945 – 1982) quanto o maestro Rogério Duprat (1932 – 2006) e o executivo da indústria fonográfica André Midani (1932 – 2019).
Capa do livro ‘Aquarela brasileira – Entrevistas – Volume I – Anos 1970’ , de Juarez Fonseca — Foto: Divulgação
Elis, a propósito, é o único nome que aparece no livro com duas entrevistas, reproduzidas em sequência. A primeira foi feita em 1974. A intenção do autor foi realçar a personalidade mutante da cantora conterrânea.
Antes de cada entrevista, Fonseca faz breve comentário em que contextualiza o encontro profissional com nomes do quilate de Adelino Moreira (1918 – 2002), Aldir Blanc (1946 – 2020), Belchior (1946 – 2017), Caetano Veloso, Edu Lobo, Gonzaguinha (1945 – 1991), Jards Macalé, Martinho da Vila, Milton Nascimento, Nara Leão (1942 – 1989), Ney Matogrosso, Raul Seixas (1945 –1989), Rita Lee e Zé Ramalho.
Nessa A a Z da música brasileira, Fonseca pinta aquarela com os tons ideológicos de artistas que fizeram e ainda fazem história na MPB. Como as entrevistas foram publicadas no formato de pergunta e resposta (pingue-pongue no jargão jornalístico), é possível detectar a linha de pensamento de cada artista sobre a música, a crítica e o Brasil, entre outros assuntos recorrentes.
Com 50 anos de atuação no jornalismo musical, Juarez Fonseca planeja expandir o livro Aquarela brasileira com volumes dedicados às entrevistas das décadas de 1980 e 1990, chegando aos anos 2000.
FONTE : G1 (MAURO FERREIRA)