Mapas climáticos favoráveis para a soja nos próximos 15 dias na Argentina e no Sul do Brasil motivam quedas em Chicago
Nesta quinta-feira (13), os preços da soja voltaram a recuar na Bolsa de Chicago e terminaram o dia com baixas de 16,50 a 22,25 pontos nos principais vencimentos. Assim, o maio fecha o dia com US$ 13,86 e o julho com US$ 13,94 por bushel. Além do movimento de realização de lucros depois das altas da sessão anterior, os mapas climáticos mostrando uma ligeira melhor condição de chuvas para a semana que vem na Argentina deram algum espaço para uma correção dos preços neste pregão.
Algumas precipitações aparecem no mapa para importantes regiões produtoras da Argentina, porém, como explica Luiz Fernando Gutierrez, analista de mercado da Safras & Mercado, ao se confirmarem podem trazer apenas um alívio momentâneo para as lavouras e são também insuficientes para mudarem a o viés do mercado da soja na CBOT. Além disso, há ainda os problemas que continuam sendo registrados no Brasil – em especial no Sul do país, com o calor e a seca – e no Paraguai.
“Acho que para mudar essa tendência positiva da soja em Chicago só uma grande mudança climática em fevereiro e isso os mapas não mostram ainda”, diz o analista. “Acredito que o mercado só muda se os mapas de fevereiro começarem a trazer chuvas também”. E Gutierrez complementa dizendo que a soja da Argentina tem espaço para algumas áreas de recuperação com a retomada das chuvas e é isso que dá ainda mais importância para os próximos mapas daqui em diante.
PREÇOS E NEGÓCIOS NO BRASIL
No Brasil, os preços da soja tiveram uma quinta-feira de certa pressão sobre os preços dadas as baixas de Chicago e um novo dia de recuo do dólar frente ao real. A moeda americana chegou a testar os R$ 5,50, mas terminou o dia com R$ 5,53 e queda de 0,10%. Do mesmo modo, os negócios caminham lentamente no mercado nacional, com os produtores sem interesse em novas vendas frenta a incerteza sobre o tamanho real de suas safras.
“Como os preços ainda continuam firmes – salvo nesta semana onde os ajustes foram um pouco mais negativos dado Chicago mais fraco e um câmbio, principalmente, mais fraco – ainda há suporte no disponível e na safra nova, até porque os prêmios compensam”, relata o analista da Safras. “Então, o produtor vai mais devagar na sua comercialização, mas o ponto positivo é de que os preços continuam encontrando suporte”.
FONTE: NOTICIAS AGRICOLAS ( Aleksander Horta e Carla Mendes)