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Busca de educação e dados para conter o racismo junta especialistas lusófonas

Promover o reconhecimento, a justiça e o desenvolvimento são metas da Década Internacional dos Afrodescendentes observada até 2024 pelas Nações Unidas. A organização realiza um programa de bolsas sobre estas questões em Genebra. 

A brasileira Dandara Oliveira de Paula e a portuguesa Ackssana Silva participam na iniciativa de especialização com foco em organizações internacionais. Elas defendem que continue o investimento e ações para combater o racismo estrutural, a exclusão e outras limitações vividas pelos afrodescendentes.

Promover e proteger os direitos humanos 

A ONU incentiva ações em nível nacional, regional e global no Programa de Atividades da Década Internacional de Afrodescendentes. O período foi instituído pela Assembleia Geral para promover e proteger direitos humanos do grupo. 

Do Brasil, a especialista de Advocacia e Raça, Dandara Oliveira de Paula, vê um momento para incentivar a educação antiracial de forma ímpar. Ela crê que um contato mais próximo com os afetados traria mais benefícios em nível global.

“Multiplicar isso dentro do meu trabalho organizado e entender como que eu posso fortalecer a agenda de educação antirracista dentro dos mecanismos internacionais. Então, por exemplo, como que eu posso influenciar a nova Declaração dos Afrodescendentes a conter essa perspectiva, mas também voltar para a minha comunidade, para os espaços que eu sei que frequento, levando esse conhecimento, fazendo formação mesmo com juventude, com as organizações aliadas do projeto, à ActionAid e a outras. Em me coloco à disposição pra repassar esse conhecimento.”

A brasileira sugere que entidades multilaterais tenham mais acesso às realidades dos territórios e acompanhem a experiencia da população afrodescendente que deve ser levada aos mecanismos globais.

200 milhões de pessoas

O Brasil tem uma grande proporção da população negra das Américas, região onde cerca de 200 milhões de pessoas se identificam como afrodescendentes. 

Na Europa, Portugal é um dos países que acolhe centenas de milhares de pessoas de ascendência africana. Mas a socióloga e assessora política Ackssana Silva diz faltar ação e dados sobre etnia e raça para melhor conhecer o grupo da população.

“Primeiramente, a reconhecer as pessoas negras, enquanto cidadãs, e procurar conhecer qual é a composição para podermos pensar políticas públicas. E este fellow está a ser bastante importante dando-me ferramentas internacionais e experiências que há em outros países que estão a participar, de poder agregar e de podermos conceber políticas públicas e de conhecimento das pessoas negras, reconhecendo que elas estão em desigualdade, em desvantagem, no acesso à habitação, à saúde e ao ensino.”

Declaração Universal dos Direitos Humanos

A especialista portuguesa destacou que a Década dos Afrodescendentes tem aumentado a visibilidade das ações realizadas para enfrentar o racismo.

Com a proclamação do período, a ONU espera apoiar iniciativas em favor das liberdades fundamentais dos afrodescendentes, como prevê a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que completa 75 anos em 2023.

As ações durante a década incluem promover o patrimônio diversificado dos afrodescendentes, a cultura e a contribuição para o desenvolvimento das sociedades. 

ONU incentiva ações em nível nacional, regional e global no Programa de Atividades da Década Internacional de Afrodescendentes

Unsplash/Thomas de Luze

*Com reportagem de Gustavo Barreto, de Genebra.

FONTE: ONU NEWS

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